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Um guia completo para desvendar o Demonstrativo de Fluxo de Caixa

04/12/2023

Utilizado por todas as empresas, o DFC, ou Demonstrativo de Fluxo de Caixa, é um relatório contábil de extrema importância que permite aos gestores avaliar as informações financeiras. Apesar da relevância, ainda há muita dúvida em torno da correta utilização deste documento. Neste texto, vamos explicar a importância da DFC e a como interpretar este demonstrativo, usando-o de forma assertiva para tomar decisões pertinentes para a sua empresa. Continue a leitura.

 

O que é a DFC

DFC nada mais é do que a sigla para Demonstrativo de Fluxo de Caixa. Importante ressaltar que o DFC só é obrigatório para empresas com patrimônio líquido que ultrapasse R$2 milhões ou com ações na Bolsa de Valores. No entanto, o demonstrativo é um documento contábil importante para todo o negócio, pois permite uma análise financeira e desempenho da empresa durante um período de tempo (que pode ser semanal, trimestral, anual).

Um Demonstrativo de Fluxo de Caixa precisa conter as entradas e saídas de dinheiro de uma empresa, com especificação da origem de cada transação e o resultado de todas as movimentações. O Demonstrativo de Fluxo de Caixa funciona como um raio-X financeiro da empresa, pois sua finalidade é mostrar qual é a capacidade do negócio gerar caixa em um determinado período de tempo. Mas atenção: é ideal que o DFC seja utilizado em conjunto com outros dois elementos: o balanço e a demonstração de resultados.

 

Estrutura do Demonstrativo de Fluxo de Caixa

Há uma estrutura específica, estabelecida a partir de normas contábeis, que deve ser levada em conta ao estruturar um Demonstrativo de Fluxo de Caixa. Fazem parte da estrutura de um DFC:

1. Atividades Operacionais:

Referem-se aos gastos e despesas necessários para a empresa realizar seus serviços ou produzir os bens que serão vendidos, a fim de gerar receita. Em outros termos, é o dinheiro utilizado pelo negócio em suas operações comerciais diárias.

2. Atividades de Financiamento:

Referem-se aos empréstimos realizados pela empresa ou o dinheiro injetado pelos sócios, ou seja, trata-se do financiamento oriundo de investidores, proprietários e credores.

3. Atividades de Investimento:

Referem-se ao dinheiro destinado ao crescimento do negócio oriundos de capital investido pela própria empresa e as receitas em dinheiro provenientes da venda desses investimentos.

 

Importância do DFC

A DFC mede a forma como o seu negócio gere a sua posição de caixa. Esta visão geral mostra quanto dinheiro foi gasto e onde foi gasto, dando maior contexto às informações que podem não aparecer em outras demonstrações financeiras.

 

Já deu para perceber que a análise do DFC possibilita à empresa ter mais clareza do fluxo financeiro, tornando as tomadas de decisão que envolvem dinheiro (como contratação de empréstimo ou financiamento) mais seguras. Ainda, os gestores conseguem antever períodos de baixa e avaliar melhores momentos para realizar investimentos, prevenir excessos de gastos e evitar fraudes.

 

Você deve estar se perguntando: como calcular o fluxo de caixa? Primeiro, é preciso esclarecer que existem dois métodos para fazer o cálculo – o método direto e o método indireto. Agora nós vamos falar sobre cada um deles.

 

Cálculo DFC: Método Direto

O método direto, que usa as informações da escrituração contábil, é indicado para pequenas empresas que utilizam o DFC para controlar a sua contabilidade. Neste método são considerados as entradas (clientes) e saídas (folha, despesas, fornecedores) da empresa. A conta é bastante simples: somam-se todas as receitas geradas pelo negócio e subtraem-se todas as despesas relacionados à atividade.

  

Cálculo DFC: Método Indireto

O método indireto considera a variação das contas patrimoniais através do ajuste do lucro líquido. Ele depende do método de contabilidade transacional, em que as entradas e saídas são registradas em momentos diferentes daqueles em que o dinheiro é pago ou recebido. No método indireto se parte do valor do lucro líquido na demonstração de resultados e se faz ajustes para melhor amortizar o impacto das contas correntes e custos não-monetários incorridos durante o período.

 

Diferença entre DFC e DRE

Ainda que estes documentos sejam complementares, é importante ressaltarmos que eles analisam diferentes dados financeiros da sua empresa. Enquanto o DFC registra o regime de caixa (as entradas e saídas da empresa), o DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício – registra o regime de competência (resultado líquido da empresa), que pode ser lucro ou prezuízo. Quer saber como fazer um DFC? Então continue a ler o artigo.

Como fazer e analisar um Demonstrativo de Fluxo de Caixa

 Primeiro de tudo, é necessário escolher o período a ser analisado e o método do cálculo. Feito isso, é preciso seguir os seguintes passos para fazer um DFC pelo método direto:

– Identificar as receitas e as despesas relacionadas a cada uma das três atividades descritas acima na DRE e no Balanço Patrimonial

– Identificar os investimentos, financiamentos e as movimentações das contas contábeis

– Organizar as informações em um resumo da movimentação de caixa

– Classifique essa movimentação de caixa em uma das três atividades: operacionais, de financiamento ou de investimento

 

Importante: Para fazer o DFC pelo método indireto, basta cumprir todos os passos anteriores e identificar se as atividades estão somando ao ou subtraindo do valor de caixa, inserindo as variações nas contas operacionais do Balanço Patrimonial.

É recomendável comparar as DFCs de diferentes períodos e criar um histórico  que permita analisar a trajetória da empresa e perceber se ela está melhorando ou piorando com o tempo. O resultado do DFC pode indicar a necessidade de trabalhar para reduzir a inadimplência, criar promoções ou ajustar a precificação, por exemplo.

 

Conclusão

 Ter um Demonstrativo de Fluxo de Caixa bem estruturado é fundamental para que a empresa tome decisões baseadas em dados concretos e atinja bons resultados.

 A posição de caixa do negócio determina muitas das suas decisões comerciais, pois permite responder perguntas como: há meios para expandir as atividades? É necessário ajustar os níveis de estoque? Há muitos devedores em atraso?

O DFC é um instrumento crucial para analisar as atividades operacionais, de investimento e de financiamento de uma empresa e identificar possíveis fraudes contábeis, ter previsibilidade de faturamento e comprovar a credibilidade para investidores.

 

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